Um estudo realizado pelo Departamento de Medicina da Danube Private University, na Áustria, indica que o consumo habitual de água armazenada em garrafas plásticas pode contribuir para o aumento da pressão arterial. Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico Microplastics no último dia 26 de julho.
Como a água de garrafa plástica afeta a pressão arterial?
Durante a investigação, foi constatado que os microplásticos presentes nas garrafas podem entrar na corrente sanguínea dos indivíduos, resultando em elevações nos níveis de pressão arterial. Para além disso, é importante destacar que estes microplásticos não se limitam apenas às garrafas plásticas, pois também foram identificados em recipientes de vidro.
Conforme o estudo progrediu, os cientistas notaram uma diminuição da pressão arterial quando os participantes substituíram a água de garrafas, seja plásticas ou de vidro, por água da torneira.
O que são microplásticos?
Os microplásticos são fragmentos pequenos que emanam da degradação do plástico, um processo que pode ser acelerado pela exposição à luz solar e ao desgaste físico. Pesquisas anteriores já haviam apontado a presença elevada de microplásticos em águas engarrafadas. Quando ingeridos involuntariamente, esses poluentes químicos podem ultrapassar as barreiras celulares no intestino e nos pulmões, alcançando a corrente sanguínea e outros tecidos do organismo.
A pesquisa recente levanta a possibilidade de que esses microplásticos sejam um fator de risco oculto em doenças cardiovasculares. “As mudanças que observamos na pressão arterial sugerem que reduzir a ingestão de partículas de plástico pode diminuir o risco cardiovascular”, afirmaram os pesquisadores.
Metodologia do estudo
Para realizar a pesquisa, os cientistas recrutaram oito voluntários, que foram orientados a satisfazer suas necessidades diárias de hidratação apenas com água da torneira, evitando qualquer bebida em garrafas, seja de plástico ou de vidro.
Os resultados mostraram uma redução significativa na pressão arterial diastólica – a pressão que ocorre nas artérias quando o coração se encontra em repouso entre os batimentos – após um período de duas semanas. A equipe de pesquisa verificou a pressão arterial dos participantes tanto no início quanto ao longo do estudo.
Em resumo, essas descobertas sugerem que a presença de partículas plásticas na corrente sanguínea pode ser responsável pelo aumento da pressão arterial, ressaltando a importância de repensar o consumo de água engarrafada.