Famoso por sua trajetória como diretor de novelas marcantes na TV Globo, Daniel Filho revelou que já não nutre mais interesse pela programação da televisão aberta. Em uma reflexão sobre o que tem sido transmitido atualmente, ele acredita que a qualidade das produções sofreu uma queda significativa.
O diretor, conhecido por trabalhos como “Irmãos Coragem” (1970) e “Dancin’ Days” (1978), mencionou que sua preferência recai sobre plataformas de streaming, ao invés das novelas tradicionais que ocupam o horário nobre.
Durante o lançamento da autobiografia de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, conhecido como Boni, Filho expressou suas opiniões sobre o conteúdo atual da TV: “Já não assistia muito [novela] quando fazia, agora… Não sei o que aconteceu, mas deu uma caída na qualidade”. Ele também revelou que é um frequentador assíduo do YouTube e de serviços de streaming, afirmando: “Não vejo televisão aberta”.
O diretor, que possui 86 anos, declarou que não acompanha a programação dos canais e se sente desorientado quanto aos horários dos programas. “Não sei que horas entra [programa], que horas sai. Fico perdido”, confidenciou. Sobre suas contribuições para a teledramaturgia, ele foi modesto: “Nenhuma. Eu fiz o meu trabalho, só isso. Trabalhei e trabalhei”.
Daniel Filho, cuja carreira inclui a direção de novelas como “Véu de Noiva” (1969), “Selva de Pedra” (1972), “Pecado Capital” (1975), “O Casarão” (1976), “Duas Vidas” (1976) e “O Astro” (1977), também dirigiu minisséries notáveis como “O Primo Basílio” (1988), “Confissões de Adolescente” (1994) e “A Vida Como Ela É…” (1996).
Críticas a Remakes
Padre importante na discussão sobre a atualidade da TV aberta, Daniel Filho já havia manifestado seu descontentamento com a tendência de remakes. Em uma entrevista recente, ele afirmou: “Eu vi isso aí antes, o que está acontecendo agora. Se estão fazendo tantas reprises é porque não tem ninguém pensando fazer coisa nova”.
A crítica se intensificou quando ele comentou sobre o remake de “Vale Tudo” (1988), o qual teve uma participação especial sua. Ele destacou que a personagem Odete Roitmann, criada por Beatriz Segall, carrega uma singularidade que não pode ser replicada. “A novela é uma coisa que acontece simultaneamente com o público”, completou.