Uma denúncia recente apresentada pelo Financial Times traz à tona uma polêmica relacionada a uma estratégia publicitária que envolveu as empresas Meta e Google.
De acordo com o relatório, as duas gigantes da tecnologia supostamente exibiram anúncios do Instagram direcionados a adolescentes de 13 a 17 anos na plataforma de vídeos do Google, o YouTube, infringindo as diretrizes internas de publicidade da própria empresa.
A investigação revelou que houve uma colaboração secreta entre as empresas para veicular tais anúncios, o que levanta sérias questões sobre o cumprimento das normas de publicidade do Google, que proíbe explicitamente o direcionamento de anúncios a usuários menores de 18 anos.
A prática em questão foi ainda mais questionável, uma vez que os anúncios foram categorizados como “desconhecidos” dentro do sistema de anúncios do Google – uma classificação que se aplica quando não há informações demográficas claras, como idade ou sexo.
Embora a categoria “desconhecidos” possa soudar a incerteza, o relatório sugere que o Google tinha acesso a dados que permitiam identificar esses usuários como adolescentes, com base em sua interação com downloads de aplicativos e comportamentos online. Essa compreensão possibilitou que as empresas conseguissem contornar regulamentações estabelecidas em 2021, que visavam proteger os menores de receber publicidade baseada em características demográficas.
A campanha publicitária, orquestrada com o auxílio da agência Spark Foundry, teve início no Canadá no início deste ano e passou a ser testada nos Estados Unidos em maio, com planos de expandi-la globalmente. O objetivo era atrair adolescentes para o Instagram, especialmente em um contexto onde o TikTok tem conquistado cada vez mais a atenção do público jovem.
Após a exposição da campanha, o Google prontamente iniciou uma investigação interna e encerrou o programa. Em resposta às críticas, a empresa declarou: “Proibimos que anúncios sejam personalizados para menores de 18 anos, ponto final”. Além de reafirmar essa política, a gigante tecnológica manifestou compromisso em reforçar suas diretrizes junto às equipes de vendas, visando evitar repetições de incidentes semelhantes.
O Google tem, ademais, enfatizado seu histórico de iniciativas voltadas à proteção de crianças e adolescentes no ambiente online.