O regulador antitruste do Reino Unido está ampliando seu foco no Google e, agora, também investiga a Amazon em relação ao seu recente investimento de US$ 4 bilhões na startup de inteligência artificial Anthropic.
Essa análise visa determinar se tal investimento pode ser classificado como uma fusão, conforme as normas estabelecidas pela Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA). Os responsáveis pela investigação têm um prazo de 40 dias úteis para concluir sua avaliação.
A Amazon já declarou que este investimento não lhe confere uma posição majoritária na Anthropic. Em uma comunicação ao Financial Times, a empresa afirmou que a operação “não levanta quaisquer preocupações de concorrência nem atinge o limite de revisão do próprio CMA”. A Anthropic, por sua vez, discorda da ideia de que este investimento seja indicativo de uma fusão.
Um porta-voz da Anthropic afirmou: “Somos uma empresa independente. A Amazon não tem assento no conselho da Anthropic, nem tem qualquer direito de observador do conselho. Pretendemos cooperar com a CMA e fornecer-lhes uma compreensão abrangente do investimento da Amazon e da nossa colaboração comercial.”
Essa investigação se insere em um contexto mais amplo, onde os reguladores britânicos estão atentos às chamadas “quase fusões”. Essas situações se referem ao fenômeno em que grandes corporações exercem influência significativa sobre startups por meio de investimentos estratégicos ou pela captação de talentos, possibilitando que a empresa mais consolidada obtenha os benefícios de uma fusão, mas sem a fiscalização regulamentar que ocorreria em uma aquisição formal.
Além disso, a CMA está realizando uma investigação paralela sobre a parceria estreita entre a Microsoft e a OpenAI, um outro investimento na casa dos bilhões que poderia ser classificado dentro dessa mesma categoria.
A Anthropic reafirma sua autonomia em relação à Amazon, mesmo após os investimentos substanciais recebidos da gigante da tecnologia.