Novo exame promete diagnóstico rápido e preciso de arboviroses: saiba mais!

Novo exame promete diagnóstico rápido e preciso de arboviroses: saiba mais!

Novo exame promete revolucionar o diagnóstico de arboviroses no Brasil

A luta contra arboviroses, infecções virais transmitidas por mosquitos, tem se intensificado, especialmente em tempos de mudanças climáticas. Os sintomas iniciais, como febre, dores de cabeça e no corpo, muitas vezes dificultam a identificação correta da doença. Atualmente, os médicos enfrentam o desafio de diferenciar entre dengue, zika, chikungunya e outras enfermidades semelhantes, um processo que, geralmente, exige exames complementares. Uma nova tecnologia, no entanto, pode mudar esse cenário, oferecendo um teste que promete eficácia e agilidade.

A recente inovação na área da saúde envolve um exame que consegue, a partir de uma única amostra de sangue, definir rapidamente qual das seis doenças virais está presente. Essa descoberta é especialmente bem-vinda em um momento onde as arboviroses estão em ascensão, refletindo a necessidade de diagnósticos precisos para iniciar os tratamentos adequados rapidamente.

Por que é tão importante um diagnóstico preciso?

Os sintomas das arboviroses podem parecer iguais nos primeiros momentos, mas, com o acompanhamento médico e um diagnóstico correto, os pacientes podem evitar complicações graves. Cada uma das seis doenças tem tratamentos específicos que, se não seguidos, podem levar a sérios problemas de saúde. Por exemplo, quem possui dengue não pode utilizar anti-inflamatórios não hormonais nem medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico.

Por conta disso, a orientação é que pacientes com sintomas virais realizem exames laboratoriais. Esses testes são fundamentais, não apenas para o tratamento, mas também para que haja uma notificação epidemiológica adequada. No entanto, o diagnóstico simultâneo de várias doenças ainda era uma dificuldade, e os exames geralmente se concentravam nas infecções mais prevalentes.

Atualmente, o teste molecular mais comum na rede pública é capaz de identificar sorotipos de dengue, zika e chikungunya. Entretanto, a realização desse exame é limitada, e os resultados podem demorar até cinco dias para serem liberados. Em oposição, o novo exame tem o potencial de fornecer resultados em um intervalo de dois a quatro dias úteis, dependendo da localidade de coleta, o que representa uma melhoria significativa no tempo de resposta.

Como o novo exame funciona?

Hoje em dia, muitos já se acostumaram a ver testes rápidos, como o de HIV, onde uma gota de sangue é suficiente para determinar a presença de anticorpos. Contudo, para as arboviroses, o processo é mais complexo. É necessário ir além da simples detecção de anticorpos, pois esses começam a ser produzidos somente dias após a infecção. Em doenças com ciclo curto, esse tempo é crítico e pode determinar a gravidade do quadro clínico.

Alexandre Cunha, infectologista do Sabin Diagnóstico e um dos responsáveis pelo desenvolvimento do exame, explica que “com apenas uma amostra, o exame consegue detectar quantidades ínfimas de vírus circulando na corrente sanguínea e analisá-la, simultaneamente, para vários vírus. Como esse exame não depende da produção de anticorpos, ele detecta até o volume de vírus que está em circulação no organismo.” Isso significa que os médicos poderão ter um diagnóstico mais ágil e preciso, permitindo a ação imediata e a escolha do tratamento correto para cada paciente.

Qual é o impacto dessa inovação na saúde pública?

A introdução deste novo exame na rede de saúde pode ter um enorme impacto na gestão de arboviroses no Brasil. Com resultados mais rápidos e a capacidade de detectar múltiplas doenças ao mesmo tempo, os profissionais de saúde poderão tomar decisões mais eficazes. Isso não apenas beneficia o paciente, mas pode também ajudar no controle da disseminação de vírus que, em última análise, afeta toda a população.

Além disso, um diagnóstico preciso pode levar a estratégias mais direcionadas em campanhas de saúde pública. A notificação epidemiológica baseada em dados concretos pode proporcionar uma melhor compreensão da incidência de arboviroses e, consequentemente, ajudar na alocação de recursos de maneira mais eficiente.

O desafio de combater arboviroses é contínuo e, com o crescimento das doenças relacionadas às mudanças climáticas, essa inovação pode representar um passo importante na proteção da saúde da população brasileira. As esperanças se renovam com o avançar da tecnologia na área da saúde, mostrando que, com conhecimento e investimento, é possível enfrentar e, quem sabe um dia, controlar as arboviroses de forma eficaz.

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