Vírus Mayaro: Você Está Preparado Para a Próxima Ameaça de Saúde no Brasil?

Conheça os Sintomas, Transmissão e Como Se Proteger do Vírus Mayaro Que Já Circula no Brasil

(Pexels)

Você já ouviu falar no vírus mayaro? Embora não seja tão conhecido quanto a dengue ou a chikungunya, este vírus tem se tornado uma preocupação crescente nas Américas, especialmente no Brasil.

Identificado pela primeira vez em Trinidad e Tobago na década de 1950, o vírus mayaro é transmitido para humanos por meio de mosquitos e provoca sintomas que se assemelham a outras doenças mais comuns, como a chikungunya e a dengue. A falta de conhecimento sobre esta doença e a semelhança dos sintomas dificultam o diagnóstico e comprometem a implementação de estratégias eficazes de controle.

Nos últimos anos, a febre do mayaro, uma doença endêmica e negligenciada, tem aumentado sua incidência nas regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Apesar disso, acredita-se que muitos casos ainda não sejam reportados, o que agrava a situação. Para especialistas, o vírus mayaro pode ser a próxima grande epidemia no Brasil. Vamos explorar mais sobre o vírus mayaro, seus sintomas, formas de transmissão e medidas de prevenção.

O Que é o Vírus Mayaro e Como Ele Se Manifesta?

Quais São os Sintomas do Vírus Mayaro?

O vírus mayaro pertence ao mesmo sorogrupo da chikungunya e compartilha com ela diversos sinais e sintomas. Os principais sintomas incluem:

  • Febre Alta: Um dos primeiros sinais de infecção.
  • Manchas Avermelhadas na Pele: Frequentemente acompanhadas de coceira.
  • Dor de Cabeça e Calafrios: Sintomas comuns em infecções virais.
  • Inchaço nas Articulações: Pode ser doloroso e persistir por anos.
  • Dores Musculares e nas Articulações: Um dos aspectos mais debilitantes da doença, muitas vezes prolongando-se por um longo período.

A semelhança do mayaro com os sintomas com outras viroses, como dengue e chikungunya, torna o diagnóstico um desafio. O fato desses vírus compartilharem o mesmo complexo antigênico dificulta um diagnóstico preciso e gera ‘falsos-negativos’, principalmente em regiões em que também circulam os vírus da chikungunya, dengue e zika. Isso significa que muitos casos de febre do mayaro podem estar sendo erroneamente diagnosticados como outras doenças.

Como é Feito o Diagnóstico do Vírus Mayaro?

Atualmente, o diagnóstico da febre do mayaro é realizado principalmente através de métodos laboratoriais. Os testes mais comuns incluem:

  • Coleta de Sangue Venoso: Para identificar o antígeno do vírus e medir a carga viral através de PCR em tempo real (RT-qPCR) ou RT-PCR convencional.
  • Isolamento do Vírus: Cultivado em laboratório em certos tipos de células.
  • Pesquisa de Anticorpos: Utilizando métodos como ELISA ou PRNT (teste de neutralização por redução de placas), embora estes possam apresentar reatividade cruzada com outros vírus semelhantes.

Esses procedimentos permitem determinar se o indivíduo está atualmente infectado ou se já desenvolveu imunidade contra o vírus.

Como é Transmitido o Vírus Mayaro?

Qual é o Ciclo de Transmissão do Vírus Mayaro?

O ciclo de transmissão do vírus mayaro é principalmente silvestre, envolvendo o mosquito Haemagogus e seus hospedeiros vertebrados, como pequenos mamíferos, pássaros e macacos. No entanto, outras formas de transmissão têm sido observadas:

  • Ciclo Intermediário: Pessoas que visitam áreas endêmicas podem levar o vírus para outras regiões.
  • Ciclo Urbano: O vírus pode se adaptar a novos vetores, como o mosquito Aedes, já conhecido por transmitir dengue, zika e chikungunya.

Além disso, mosquitos de outros gêneros, como Culex, Sabethes, Psorophora e Coquillettidia, podem contribuir para a amplificação do vírus em seu ambiente natural. A diversificação dos vetores é um fator preocupante, pois aumenta o potencial de surtos em áreas urbanas densamente povoadas.

Como Prevenir a Infecção Pelo Vírus Mayaro?

Quais São as Principais Medidas de Prevenção?

Atualmente, não há vacina disponível contra a febre do mayaro. Portanto, as medidas de prevenção focam principalmente no combate aos mosquitos transmissores e na proteção pessoal:

  • Uso de Repelentes: Essencial em áreas endêmicas para evitar picadas.
  • Roupas Compridas: Protegem as áreas mais expostas do corpo, como pés, tornozelos e pernas.
  • Eliminação de Locais com Água Parada: Crucial para reduzir a proliferação de mosquitos.
  • Instalação de Telas: Mosquiteiros em janelas e portas para impedir a entrada de mosquitos nas residências.

Estas ações são fundamentais para minimizar o risco de infecção e controlar a disseminação do vírus.

O Desafio do Diagnóstico e Controle do Vírus Mayaro

Por Que o Diagnóstico é Tão Complicado?

A semelhança dos sintomas da febre do mayaro com outras doenças transmitidas por mosquitos, como dengue e chikungunya, complica o diagnóstico clínico. Além disso, a falta de testes laboratoriais disponíveis em todas as regiões dificulta a confirmação dos casos.

Quais São os Desafios no Controle do Vírus?

A principal dificuldade no controle do vírus mayaro reside na falta de um tratamento específico e na ausência de uma vacina. Os medicamentos disponíveis apenas aliviam os sintomas, mas não combatem a infecção.

A disseminação do vírus por diferentes espécies de mosquitos e a adaptação do ciclo de transmissão para áreas urbanas agravam ainda mais o problema. É essencial que as autoridades de saúde pública implementem estratégias eficazes de vigilância, diagnóstico e controle de vetores para prevenir surtos.


O vírus mayaro representa uma ameaça emergente à saúde pública no Brasil. Sua semelhança com outras doenças transmitidas por mosquitos dificulta o diagnóstico e impede o reconhecimento da sua verdadeira incidência.

A falta de tratamentos específicos e vacinas reforça a importância de medidas preventivas, como o uso de repelentes e a eliminação de criadouros de mosquitos. Com a urbanização crescente e a adaptação do vírus a novos vetores, é crucial que a população e as autoridades estejam vigilantes e informadas sobre esta doença negligenciada.


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