No Instituto Jenner da Universidade de Oxford, jovens adultos se voluntariam para serem atacados por mosquitos infectados com parasitas da malária, como parte de um estudo do teste da vacina “R21”. Os cientistas estão otimistas com os resultados do teste e a vacina apresenta uma eficácia de até 80% na prevenção da doença.
Além disso, a OMS passou a recomendar a vacina como a segunda opção para prevenir a malária. Recentemente, doses da vacina foram administradas a bebês na Costa do Marfim e no Sudão do Sul, países severamente afetados pela doença.
O método utilizado, conhecido como estudo de infecção humana controlada, tem se tornado mais popular nas últimas décadas na área da pesquisa médica. Cientistas buscam cada vez mais infectar voluntários deliberadamente para desenvolver vacinas e tratamentos mais eficazes. Diversos patógenos, como zika, febre tifoide e cólera, foram utilizados em estudos semelhantes.
Apesar dos benefícios encontrados, alguns cientistas levantam preocupações éticas em relação à prática. Exemplos históricos de experimentos médicos controversos aumentam a desconfiança em relação aos estudos de infecção humana controlada. No entanto, a rapidez e eficácia que esses estudos trazem para o desenvolvimento de vacinas e tratamentos são corroboradas pela comunidade científica.
O debate sobre os riscos e benefícios desses estudos continua, especialmente diante do cenário da pandemia de COVID-19. Enquanto alguns apontam os potenciais avanços na medicina que podem ser alcançados, outros expressam preocupações sobre o limite ético da prática.
No futuro, é possível que mais estudos de infecção humana controlada sejam conduzidos, expandindo a lista de patógenos utilizados e ampliando as fronteiras da pesquisa médica.